A intensificação das atividades da varejista online de fast-fashion Shein, à medida que se movimenta em direção ao seu IPO no Reino Unido, está gerando uma crescente resistência tanto no setor quanto entre os parlamentares europeus. Fabricantes europeus de tecidos, roupas, artigos de couro e sapatos expressaram preocupação com a possível inundação do mercado por produtos de baixo custo, o que poderia ameaçar os 1,5 bilhão de empregos no setor na Europa.
Enquanto os cidadãos da União Europeia participavam das eleições, fabricantes de vestuário, varejistas e empresas de comércio eletrônico estavam buscando colocar na agenda política a questão dos produtos baratos da China, comparando o problema ao excesso de capacidade chinesa em outros setores, como o de veículos elétricos.
As indústrias têxteis, de calçados e de couro na Europa, que abrigam gigantes do fast-fashion como Zara e H&M, bem como grandes marcas de luxo, têm um volume de negócios anual combinado superior a 200 bilhões de euros. No entanto, a maioria das empresas nesse setor são pequenas ou médias, o que as torna especialmente vulneráveis à competição global.
Grupos industriais alertaram que a competição “feroz” está prejudicando as empresas europeias, e a associação de comércio eletrônico da Polônia argumentou que subsídios estatais chineses estão dando à Shein uma vantagem injusta sobre seus concorrentes europeus.
A Shein, por sua vez, refutou essas alegações, afirmando que não recebe subsídios estatais chineses e que está trabalhando para diversificar sua cadeia de suprimentos, incluindo fornecedores no Brasil e na Turquia, visando atender melhor ao mercado europeu. Além disso, a empresa está buscando melhorar sua imagem na França, onde enfrenta críticas ambientais e legislativas.