No início da tarde desta sexta-feira (3), uma segunda comporta de segurança cedeu na zona norte de Porto Alegre, ampliando os danos causados pelas fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul. O incidente ocorreu no portão 14, sob a Avenida Sertório, desencadeado pela pressão das águas acumuladas devido aos temporais.
Durante uma coletiva de imprensa, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi informado sobre o rompimento da estrutura. Sua preocupação imediata foi confirmar o alcance do dano, demonstrando a urgência da situação.
“Aquele não é um dos maiores portões que temos. Ali é uma região plana e pode avançar Sertório adentro. Não podemos prever o quanto a água pode avançar”, avaliou o prefeito, destacando a imprevisibilidade da extensão dos estragos e solicitando o deslocamento completo do efetivo da defesa civil para a região afetada.
O colapso do portão 14 ocorreu no final da manhã, coincidindo com a chegada de tanques do Exército para reforçar a estrutura, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de ações imediatas.
Antes do incidente, Sebastião Melo havia recomendado o fechamento do comércio até o próximo domingo (5), devido à iminência de alagamentos no Centro Histórico e no 4° Distrito de Porto Alegre. Ele destacou a fragilidade dos portões entre o 12 e o 14, apesar dos esforços prévios de reforço com sacos de areia.
O prefeito também apelou para uma “evacuação orientada”, incentivando os moradores próximos ao rio Guaíba a deixarem o 4º Distrito, como medida preventiva.
Atualmente, Porto Alegre registra 450 pessoas desabrigadas, com três abrigos em operação e a abertura de um novo no bairro Menino Deus. Entretanto, Melo alertou contra a entrega de doações diretamente aos abrigos, solicitando que estas sejam direcionadas à Defesa Civil para garantir uma distribuição eficiente.
O decreto de estado de calamidade pública, emitido na noite de quinta-feira (2), reflete a gravidade do desastre, com 31 mortes confirmadas, 74 pessoas desaparecidas e interrupções nos serviços de telecomunicações, dificultando as operações de resgate.
A Defesa Civil emitiu um novo alerta, prevendo a continuidade das chuvas extremas até segunda-feira (6), e pediu que solicitações emergenciais sejam feitas pelos números 199 ou 193 do Corpo de Bombeiros.
A cidade enfrenta um dos momentos mais desafiadores de sua história recente, exigindo uma resposta coordenada e urgente para proteger vidas e minimizar os danos causados pelas enchentes.