Esta quinta-feira (2) marca o feriado de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre. Milhares de fiéis percorreram ruas no Centro e da Zona Norte da Capital acompanhando a imagem da santa. Nas águas do Guaíba, barcos também homenagearam a padroeira dos marinheiros.
A imagem de Nossa Senhora aguardava na Igreja do Rosário, no Centro Histórico. A santa foi levada até a Praça dos Navegantes, percorrendo as avenidas Mauá e Castelo Branco.
Uma missa foi realizada no fim da manhã, celebrada por Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar de Porto Alegre. Os festejos seguem durante a tarde.
Nas águas, marinheiros levaram uma estátua de Nossa Senhora dos Navegantes. Dezenas de embarcações seguiram a imagem até a região do Santuário. A procissão fluvial deixou a Ilha da Pintada.
Este é o 152º ano de festas em Porto Alegre. Apesar de ser o centro da maior celebração religiosa da Capital, Nossa Senhora dos Navegantes não é a padroeira oficial da cidade, Nossa Senhora Mãe de Deus.
“Porto Alegre ama muito Nossa Senhora”, diz o padre Remi Maldaner, responsável pelo Santuário Navegantes.
O religioso explica que a devoção tem como origem a colonização dos portugueses açorianos na cidade, que comemora 251 anos em março. No século XIX, quatro casais encomendaram uma imagem da santa ao artista açoriano João de Affonseca Lapa.
Em janeiro de 1871, após dois anos de trabalho na confecção da imagem, a santa chegou a Porto Alegre. Naquele ano, foi realizada a primeira celebração de Navegantes. No entanto, não havia uma igreja própria para a padroeira “afetiva” da cidade.
Em 1875, foi lançada a pedra fundamental para o templo dedicado à Nossa Senhora dos Navegantes, no cruzamento da Rua Voluntários da Pátria com a Avenida Sertório, onde hoje fica o Santuário. O terreno foi doado por Margarida Teixeira Paiva. A igreja de madeira foi construída em dois anos. Contudo, um incêndio ocorrido em dezembro de 1910 destruiu a capela e a imagem da santa.
Três dos quatro casais voltaram aos Açores, em 1911, procurando o mesmo escultor responsável pela primeira imagem. Apesar de ter resistido ao trabalho, João de Affonseca Lapa acabou aceitando o serviço. A nova obra foi entregue em 1913 e, até hoje, é exibida no templo.
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