MPE pede suspensão da candidatura de Pablo Marçal por abuso de poder econômico
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O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com um pedido de suspensão do registro de candidatura de Pablo Marçal (PRTB), que concorre à prefeitura de São Paulo. A ação foi movida nesta segunda-feira (19), segundo informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. O MPE acusa o influenciador e empresário de abuso de poder econômico, alegando que Marçal estaria se beneficiando de suas redes sociais para aumentar sua audiência através de promessas de ganhos financeiros aos seus apoiadores.
De acordo com a ação, o MPE solicita a abertura de uma investigação para apurar essas práticas, que envolvem uma estratégia de cooptação de colaboradores para promover seus conteúdos com foco nas eleições. Esses colaboradores, chamados de “cabos eleitorais” ou “simpatizantes”, estariam recebendo promessas de pagamento para disseminar a propaganda eleitoral de Marçal nas redes sociais. Contudo, segundo o promotor responsável pelo caso, Fabiano Augusto Petean, tais pagamentos não foram declarados de forma transparente, o que poderia configurar um desequilíbrio na disputa eleitoral.
Acusações de abuso de poder econômico
O principal argumento do MPE é que Marçal estaria realizando esses pagamentos sem declarar os valores em sua prestação de contas de campanha, o que poderia ocultar o uso de recursos financeiros não documentados. Essa prática, segundo o MPE, comprometeria a lisura do processo eleitoral e colocaria em dúvida a regularidade das contas de campanha de Marçal.
A ação também se apoia em uma representação feita pelo partido MDB, que apontou o caráter ilícito da estratégia de Marçal, acusando o candidato de usar métodos abusivos para aumentar seu alcance nas redes sociais e atrair eleitores. A acusação de abuso de poder econômico é uma das mais graves na legislação eleitoral e, caso Marçal seja condenado, ele pode ficar inelegível por até oito anos.
Impacto nas eleições e resposta da defesa
O pedido do MPE ocorre em um momento crucial da campanha de Marçal, que recentemente viu suas intenções de voto oscilarem após polêmicas, como o episódio em que foi agredido pelo apresentador José Luiz Datena em um debate. A denúncia de abuso de poder econômico pode complicar ainda mais sua trajetória, já que a investigação pode resultar na suspensão de sua candidatura, caso as acusações sejam confirmadas.
Até o momento, a defesa de Marçal não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas a expectativa é que haja uma resposta nos próximos dias. O candidato vem utilizando intensamente suas redes sociais como plataforma de campanha, prometendo soluções financeiras e políticas para seus seguidores, uma prática que agora está sendo colocada em xeque pela justiça eleitoral.
Consequências legais
Caso as acusações sejam confirmadas, Marçal não apenas terá seu registro de candidatura suspenso, mas também pode enfrentar um longo período de inelegibilidade, de acordo com a legislação brasileira. A lei eleitoral prevê que qualquer candidato condenado por abuso de poder econômico pode ser impedido de concorrer a cargos públicos por até oito anos.
Além disso, o caso pode abrir precedentes para que outras campanhas que utilizam métodos semelhantes, especialmente no que diz respeito ao uso das redes sociais, sejam investigadas de forma mais rigorosa pela Justiça Eleitoral.
O que esperar nas próximas semanas?
A investigação pedida pelo MPE deve seguir os trâmites da Justiça Eleitoral, e o resultado pode impactar diretamente o cenário eleitoral de São Paulo. Com a proximidade das eleições, os candidatos precisam ficar atentos às regras e prestar contas detalhadamente dos recursos utilizados em suas campanhas. Caso a candidatura de Marçal seja de fato suspensa, o eleitorado que o apoia pode migrar para outros candidatos, alterando o equilíbrio das intenções de voto na reta final da disputa.