A família da jornalista Mônica Siqueira passou por uma situação preocupante ao tentar inscrever sua filha menor de idade no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Residente de Brasília, a filha queria realizar a prova como treinamento, mesmo antes de concluir o ensino médio.
Na última quinta-feira (30), ao buscar o site oficial de inscrição do Enem pelo Google, a estudante encontrou uma página aparentemente legítima, mas que era, na verdade, falsa. “O design, o layout, tudo parecia correto. Estava escrito ‘Inscrição Enem 2024’, e havia até um chat de inteligência artificial para orientar os passos”, relata Mônica.
Durante o processo de inscrição, a estudante chegou à página de pagamento de R$ 85, com opções de pagamento via boleto ou pix. Mônica optou pelo pix e realizou o pagamento, recebendo um pequeno desconto. No entanto, a ausência de um e-mail de confirmação levantou suspeitas.
Ao investigar mais, Mônica notou que o site fraudulento não perguntava se a inscrição era para “treineiro” ou “para valer”, um detalhe importante para a inscrição de sua filha. A confirmação de que haviam caído em um golpe veio após relatos semelhantes encontrados nas redes sociais.
Para Mônica, o golpe não é apenas uma perda financeira, mas também um prejuízo à educação. “Pessoas podem achar que estão inscritas e perder a prova, o que é muito grave, especialmente para quem está em situação de vulnerabilidade e economiza para pagar a taxa de inscrição”, ressalta.
Relatos de golpes similares têm surgido nas redes sociais, todos relacionados ao site inscricao-2024.com, que já foi retirado do ar. Usuários apontam que o link aparecia como anúncio no Google. O caso está sob investigação da Polícia Federal.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, enfatiza que as inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo site oficial: enem.inep.gov.br/participante. O pagamento da taxa é gerado apenas após o login no sistema do exame, e o boleto é do Banco do Brasil, não há opções de pagamento via pix.
A Polícia Federal, quando questionada pela Agência Brasil, afirmou que não comenta investigações em andamento. Já o Google declarou que adota políticas rigorosas para anúncios e que, ao identificar violações, suspende imediatamente os anúncios e pode até bloquear as contas envolvidas. Em 2023, a empresa removeu 5,5 bilhões de anúncios e bloqueou 12,7 milhões de contas por violações.
O Google também disponibiliza ferramentas para que consumidores denunciem possíveis golpes, incentivando a vigilância e a denúncia de atividades suspeitas.
Essa situação serve de alerta para todos os candidatos do Enem e suas famílias: sempre verifiquem a autenticidade dos sites e desconfie de páginas que oferecem opções de pagamento não habituais. A segurança na internet deve ser prioridade, especialmente em momentos críticos como a inscrição para exames importantes.
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